Sunday, December 4, 2011

Intervenção

   O lugar que escolhemos para realizar a intervenção, a loja Naninho Artes, se caracteriza por vários pontos. Pela presença dos bonecos, pela varanda-vitrine, pela constante movimentação de pessoas, seja turistas, seja clientes, pela cor, e muito mais. 
  Pensamos muito no que enfatizaríamos lá. Pensamos em criar uma tenda preta que saísse do corredor e ao entrar a pessoa teria várias sensações. Para estimular outras sensações além da visual, uma opção era trabalhar com o tato, mas no chão. Usaríamos areia ou pedras. Pensamos também em retirar os bonecos da varanda e trabalhar só com ela com olhos mágicos que focariam detalhes deles. 
  Após muito deliberar, escolhemos que traríamos o privado para o público - já que é comum as pessoas entrarem nas casas das outras normalmente. Isso seria transmitido por luzes, sombras e sons.
  Utilizamos holofotes, lâmpadas em paralelo e um sistema de sons - todos ativados por sensores de presença e relés que faziam uma troca. As luzes que ficavam no passeio trocavam com as que ficavam no quarto. Havia um circuito de lâmpadas em paralelo nos pés dos bonecos para destacá-los. Além disso um sistema de sons foi montado. O som ambiente dava lugar a sons do cotidiano da família - como sons de ferramentas da oficina e de crianças brincando.
 O resultado pode ser visto nas fotos e vídeos abaixo:













Objeto Interativo

   Após várias ideias mau sucedidas, a última, que originou o objeto, foi de um colete que pudesse ser configurado como se quisesse. Um colete todo com fuxicos com leds, ou somente fuxicos, ou como se preferir. O vídeo mostra o resultado final:




Artistas Cinéticos


Estudamos sete artistas que suas obras trabalham com a arte cinética. São eles: Lygia Clark, Alexander Calder, Abraham Palatnik, O Grivo, Arthur Ganson, Theo Jansen e Guto Lacaz.

Lygia Clark: Rompe com o bidimensional com sua série "Bichos" - estruturas de alumínio com dobradiças que permitem que a peça se posicione de qualquer maneira. A artista evolui essa ideia e chega em outra série chamada "Trepantes" - obra em borracha, na última transformação, que pode ser colocada/apoiada sobre qualquer superfície.
Bichos


Trepantes



















Alexander Calder: Famoso por seus móbiles, os Hanging Mobiles e os Standing Mobiles, Calder também tem obras fixas como os Stabiles. Além dessas, ele criou joias, esculturas em madeira, bronze etc.

Mobile


Stabile




















Abraham Palatnik: Mestre da arte cinética, ele trabalha com objetos que se movem e que são como quadros. Também usa cores projetadas sobre tecido, criando o Aparelho Cinecromático.

haha





Abraham Palatnik: Aparelho Cinecromático (1964) por vernissagetv

O Grivo: a dupla Nelson Soares e Marcos Moreira Marcos, ou O Grivo, abrange concertos, instalações e performances. Como eles mesmo dizem, eles aprofundaram temas como "espacialização, a disposição e o movimento do som no espaço, a improvisação, a ampliação do repertório de timbres (acústicos, eletrônicos e eletroacústicos), a mecanicidade e a aleatoriedade, o minimalismo (John Cage e Morton Feldman), a tranparência da forma, a atenção para todas as particularidades dos sons e ouvido curioso".










Arthur Ganson: o artista descreve seu trabalho como um cruzamento entre engenharia e coreografia. Algumas de suas máquinas extremamente elaboradas tem uma têm uma função muito simples, tais como lubrificar a si mesma ou fazer uma cadeira saltar em volta de um gato de brinquedo, enquanto os outros não fazem nada, mas de uma forma visualmente deslumbrante.










Theo Jansen: desde 1990 ele tem se criado novas formas de vidas, como ele mesmo diz. Ele usa tubos amarelos de plástico na estrutura desses animais, que são movidos pelo vento, podendo, assim, sobreviver sozinhos. Essa "espécie" vive nas praias, e algumas têm a capacidade de armazenar o vento e utiliza-lo quando não houver. Alguns deles têm de ser impulsionados para se mover, outros não, alguns apenas "vivem", outros têm a capacidade de levar cargas.









Guto Lacaz: 
"Guto Lacaz é basicamente um artista plástico que, às vezes, cruza os terrenos da ciência e da tecnologia, sobretudo quando constrói as suas máquinas e aparelhos paradoxais ou absurdos. É uma espécie de antiengenheiro decidido a aplicar o seu know-how na desmontagem, na desorganização, na desconstrução talvez do sistema produtivo industrial. Trata-se basicamente de conceber e pôr em funcionamento publicamente dispositivos absolutamente inúteis, que repetem ad infinitum suas tarefas quixotescas."



Inhotim



"Inhotim caracteriza-se por oferecer um grande conjunto de obras de arte, expostas a céu aberto ou em galerias temporárias e permanentes, situadas em um Jardim Botânico, de rara beleza. O paisagismo teve a influência inicial de Roberto Burle Marx (1909-1994) e em toda a área são encontradas espécies vegetais raras, dispostas de forma estética, em terreno que conta com cinco lagos e reserva de mata preservada. O Instituto Inhotim, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP, além desses espaços de fruição estética e de entretenimento - que lhe garantem um lugar singular entre outras instituições do gênero - desenvolve também pesquisas na área ambiental, ações educativas e um significativo programa de inclusão e cidadania para a população do seu entorno."¹


Antes de visitarmos Inhotim, pesquisamos sobre o lugar e cada grupo escolheu uma obra. Nosso grupo escolheu o Penetrável Magic Square de Hélio Oiticica.
A obra conta com nove paredes quadradas e coloridas. Cada parede conta com uma cor e processo de pintura única, que foram decididas pelo própio Oiticica em suas maquetes. As paredes são distribuídas aleatóriamente dentro de um quadrado maior com o chão de pedras de vários tamanhos e cores.
A ideia é de uma praça (daí o Square) que despertasse as sensações de quem estivesse lá. As paredes, além da cor, tem texturas, que vão de lisas a acrílicas. O chão, instiga as sensações devido ao som das pedras em atrito e os diferentes tamanhos delas.


"Penetrável Magic Square Nº 5 foi idealizada por Hélio e executada apenas em forma de maquete, não sendo a obra, em si, montada pelo artista enquanto ele estava
vivo. As experiências de montagem da mesma se deram em duas instituições
brasileiras: O Museu do Açude, no Rio de Janeiro, e, posteriormente, no Instituto
Cultural Inhotim, em Minas Gerais."²

Croqui I

Croqui II



Penetrável Magic Square - Hélio Oiticica. Foto: Tânia Werneck


Pavilhão - Adriana Varejão. Foto: Tânia Verneck


Troca-Troca - Jarbas Lopes. Foto: Isabela Rezende

Fontes: ¹: http://www.inhotim.org.br/index.php/p/v/199
            ²: http://www.anpap.org.br/anais/2010/pdf/cpcr/conceicao_linda_de_franca_1.pdf